Valparaíso, Chile

Valparaíso, a simpática vizinha de Viña del Mar, transpira cultura, arte e poesia. Mas para perceber isso, o melhor é subir as ladeiras e suar a camisa!



O Arco Britânico, de 1910 (inaugurado em 1911), presente da Colônia Britânica residente em Valparaíso para comemorar os 100 anos da independência chilena.




Esta é a principal praça de Valparaíso, a Plaza Sotomayor. E, sem dúvida, a mais bonita também. Ao fundo, o prédio da Armada de Chile. Ampliando a foto, você vê um ônibus elétrico típico da cidade.





O Corpo de Bombeiros de Valparaíso, na Plaza Sotomayor. O guia nos disse que os bombeiros do Chile são voluntários, ou seja, não recebem nenhum salário pelo trabalho que fazem. Fiquei impressionada com tamanha dedicação dessas pessoas. E passei a admirar ainda mais o povo chileno.



O bonito Monumento a los Héroes de Iquique, também na Plaza Sotomayor.


Prédio Companhia SudAmericana de Vapores (CSAV), uma empresa de transporte marítimo. Este foi o prédio mais interessante que vi no Chile. Ainda não tinha visto nada igual. O prédio espelhado é a parte moderna da construção. A fachada externa é a parte antiga, que fizeram questão de preservar. A combinação ficou linda de se ver, muito mais ao vivo do que em fotos.



Novamente, o imponente prédio da Armada Chilena.



Casa colorida de zinco parecida com as de El Caminito, em Buenos Aires.



A cidade é cheia de ladeiras e casas como estas.


Conhecendo as ruas de Valparaíso dentro da van de turismo.



Casas e murais colorem as ruas de Valparaíso.



Entrada da Casa de Pablo Neruda, o museu La Sebastiana.



Banco com silhueta de Pablo Neruda na casa La Sebastiana. O escritor foi o primeiro chileno a ganhar um prêmio Nobel de literatura.


La Sebastiana é uma das grandes atrações de Valparaíso. A casa onde o poeta morou tem uma excelente vista para a baía de Valparaíso e suas casas típicas.



Vista de Valparaíso a partir da varanda de La Sebastiana, que é uma das três casas do poeta. As outras estão em Santiago e na Isla Negra.



Da casa de Neruda, vemos as casas coloridas nos morros de Valparaíso.



Jardim de La Sebastiana. Essas árvores são palmas chilenas, que parecem abacaxis gigantes, não? Eu as achei lindas. Vi muitas delas em Viña del Mar.



As ruelas íngremes de Valparaíso.



Exemplo de ascensores que sobem os cerros (morros) de Valparaíso. Este não estava funcionando. Os ascensores, muito antigos, são um símbolo marcante da cidade e são Monumentos Nacionais. Cada um tem um nome.


Prepare suas pernas para tantas subidas e descidas.


Vista do porto.


Voltando do tour, vimos uma rua repleta de barraquinhas de vendedores ambulantes. A feira vendia principalmente roupas.


Uma das ruas da parte “baixa” de Valparaíso. O cenário se repete em muitas outras: vista das casinhas coloridas nos morros, comércio, muros pintados, prédios antigos e um aspecto de muita simplicidade.



Uma coisa é certa: não se conhece Valparaíso, cidade que é o principal porto do Chile, em meio dia de excursão. Você pode até voltar de viagem referindo-se a ela como “Valpo” (apelido carinhoso de Valparaíso), mas está longe de ter se tornado íntimo dela. Para chegar perto disso, precisaria ter desbravado suas ruas íngremes (a pé!), entrado em seus ascensores para chegar aos cerros (Cerro Alegre e Cerro Concepción, por exemplo), experimentado seus restaurantes e suas especialidades regionais (frutos do mar, principalmente) e caminhado bastante por suas ruas e praças para conhecer não somente seus pontos turísticos como também sentir seu ritmo de vida e sua história.

Aliás, seriam precisos dias para poder fazer tudo isso e sair de lá entendendo por que a cidade é tão apreciada por muitos que a conhecem de fato. Como só passei umas duas horas em Valparaíso, voltei sem ter enxergado tamanha beleza. Porém, reconheci seus encantos. Muitos acham a cidade feia. Eu, não. Acho-a diferente, artística, poética, singela. De um jeito que é só dela. Realmente, à primeira vista, ela não parece nada atraente. Mas um olhar sobre o porto e outro para os cerros e, pronto, você pode cair de amores por essa cidade cujo centro histórico foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade.

As agências que levam a Valparaíso costumam fazer uma dobradinha com a vizinha Viña del Mar porque as duas cidades, que ficam de frente para o oceano Pacífico, são relativamente pequenas. Mas uma não é como se fosse a extensão da outra. As cidades têm características bem diferentes, portanto, acaba-se conhecendo muito pouco de cada uma em excursões. Mas se você não tiver tempo no roteiro e quiser provar um pouquinho dessas duas cidades (como foi meu caso), o tour de dia inteiro já vai dar um gostinho. Nós fomos pela agência Vips Travel, que fica em Santiago. Pagamos 65 dólares por pessoa. (Para mais detalhes sobre esse tour, leia o post de Viña del Mar.) Detalhe: Quem for fora de excursão pode ir de Viña del Mar a Valparaíso (e vice-versa) de metrô.

Quando chegamos a Valparaíso, já tínhamos almoçado e passeado em Viña del Mar. Fomos direto para a Plaza Sotomayor, uma das principais atrações turísticas de Valpo. Ali, vimo-nos cercados de belos cartões-postais: o prédio da Armada de Chile, o prédio da Companhia SudAmericana de Vapores (CSAV) e o Monumento a los Héroes de Iquique. A bonita praça exibe também o vaivém dos ônibus elétricos (Veja mais uma foto desse tipo de ônibus na Plaza Sotomayor clicando aqui.). O tempo que passamos na Plaza Sotomayor foi somente para tirar fotos e ouvir alguns comentários de nosso guia. O tempo curto também se deveu ao fato de ser complicado estacionar em Valparaíso (percebi isso em Viña del Mar também). Por isso, as paradas tinham de ser rápidas, senão a van da agência poderia ser multada por estacionamento irregular.

Depois, fomos para a Casa de Pablo Neruda, que é o museu La Sebastiana. Do lado de fora, na rua, há uma feirinha de artesanato. Dentro da casa; um café, um bonito jardim, uma excelente vista para a cidade e, é claro, a exposição do museu. Como tínhamos pouco tempo, precisamos escolher entre visitar a exposição e aproveitar as varandas da casa que servem de mirante. Nós e outro casal da excursão ficamos com a segunda opção. Somente uma turista (éramos cinco passageiros) preferiu entrar no museu, pois ela já estava decidida a isso. Não que não quiséssemos fazer o mesmo, mas como ainda não tínhamos visto quase nada de Valparaíso, não poderíamos perder a oportunidade de tirar fotos com aquele cenário de fundo.

Após uns 40 minutos em La Sebastiana, já estávamos de volta na van com destino a Santiago, que fica a 120 km de distância de Valparaíso (a aprox. 1 hora e meia de carro). Porém, eu fiz questão de pedir para o guia parar perto de um ascensor, pois eu ainda não tinha conseguido ver nenhum direito. Então, ele nos levou para tirarmos fotos de um, mas não saímos da van. E seguimos para o hotel sem mais direito a paradas. O nosso tempo havia acabado.

As ladeiras e vielas da cidade portuária, só percorremos em cima de quatro rodas. A parte boa é que não nos cansamos. A parte ruim é que não conhecemos quase nada. Mas deu para apreciar as casas coloridas, que são um dos símbolos de Valparaíso e que muito fazem lembrar as de El Caminito, em Buenos Aires. Ainda no âmbito das comparações, muitos dizem que Valparaíso trazem Lisboa à memória por causa das ruas estreitas e íngremes. É verdade. Mas, em Lisboa, para chegar à parte alta, você pode pegar o Elevador de Santa Justa. Em Valparaíso; os ascensores. Entretanto, nada impede de você ir a pé à parte alta de Valpo a não ser sua própria disposição. Você vai se cansar, mas essa é a melhor maneira de “sentir” a cidade. Dentro de um carro de turismo, só mesmo se você não tiver outra saída.

O Chile me deixou muita saudade. Eu verdadeiramente gostei muito desse país acolhedor e de belezas incomparáveis. Com toda a certeza, se Deus permitir, vou voltar ao Chile e conhecer muitos outros lugares. Mas, por enquanto, vou ficar só na saudade mesmo. E por falar em saudade (escrevo a frase com a música de Vinicius de Moraes na cabeça), termino este post com um poema do qual gosto demais, de autoria do querido poeta chileno, Pablo Neruda. Chama-se Saudade.


Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

VIÑA DEL MAR: A CIDADE-JARDIM DO CHILE



Igreja Nossa Senhora dos Dolores, reinaugurada em 1912, após um terremoto.


Carruagem (Victoria) em frente à Plaza José Francisco Vergara.



O Teatro Municipal.


A estátua La Defensa, de Rodin, em frente ao Palacio Carrasco.

O Palacio Carrasco.



A fachada do Palacio Carrasco.

A entrada do Museo Fonck.



Será que os dançarinos de Rapa Nui não sentiram frio??? Era inverno! Estamos em frente a um dos raros moais retirados da Ilha de Páscoa. O moai fica ao lado do Museo Fonck.


O moai de perfil.


Parada em Roca Oceánica, com vista do Oceano Pacífico e de Reñaca.


Andando por entre pedras e admirando o Pacífico (Roca Oceánica).


Roca Oceánica.


As pedras dão um visual e tanto.


Andar por entre as pedras aqui é super legal e as fotos ficam show.

Mirador Roca Oceánica.



Os lobos-marinhos são uma das atrações de Viña del Mar.


Vemos, ao longe, os prédios em forma de degraus na Praia de Reñaca.



Apreciando a paisagem de Reñaca ao fundo.


O restaurante Los Pomairinos, todo decorado com plantas e flores, é uma das boas opções em Reñaca.


Fachada do restaurante Los Pomairinos.


No inverno, os banquinhos de Reñaca estão sempre vazios...



...já que a praia fica deserta. No verão, você encontra um cenário totalmente diferente.



O balneário viñamarino exibe lindas avenidas cheias de palmeiras.



Em frente ao Hotel del Mar. Daqui é possível avistar dois castelos: Wulff (ficou escondido, ao fundo) e Brunet (fica mais distante, não daria para aparecer neste ângulo). Clique aqui para ver uma foto (da Wikipedia) do Castillo Wulff. E, aqui, para ver o Castillo Brunet (da Wikimedia).



Hotel del Mar.
Viña del Mar goza da fama de ser o resort luxuoso do Chile. O Hotel del Mar está à altura.


Hotel del Mar.


Fachada do cassino de Viña del Mar.


Rua do cassino de Viña del Mar. 


Castillo Brunet visto perto do cassino de Viña del Mar.



Praça que cerca o cassino.









Fachada do Hotel Sheraton, em Viña del Mar.
Uma das ruas de Viña del Mar.



O Relógio de Flores (Reloj de Flores), principal cartão-postal de Viña del Mar.



Viña del Mar é uma cidade litorânea, banhada pelo Pacífico, a apenas uma hora e meia de carro (a 120 km) de Santiago do Chile. Recheada de praças, jardins e ruas arborizadas, ela não poderia receber outro apelido senão Cidade-jardim (Ciudad Jardín). Mas ela também é conhecida como a Capital Turística do Chile, pois recebe inúmeros visitantes atraídos por sua beleza e status de chique. As praias de Viña del Mar também muito contribuem para seu sucesso turístico. São treze ao todo, sendo que a mais famosa é a de Reñaca. Tão famosa que ganhou um bairro, o mais popular. No verão, Reñaca fica cheia e animada, por isso, a oferta de restaurantes e hotéis nessa região é grande. É a época da alta temporada. Em fevereiro, o Festival Internacional da Canção é só um ingrediente a mais para fazer a cidade entrar em ebulição.

Entretanto, não foi o verão de Viña del Mar que me atraiu para lá. Eu a conheci no inverno, pois escolhi visitar o Chile em julho para ver Valle Nevado literalmente nevado e a todo vapor. Fiquei hospedada em Santiago porque Valle Nevado fica a somente cerca de uma hora e meia de distância. Para falar a verdade, não estava nos meus planos conhecer Viña del Mar nem Valparaíso no inverno. No lugar delas, queria visitar Portillo para apreciar a neve. Mas o guia que nos levou a Valle Nevado nos convenceu que seria melhor ir a Viña e Valpo (apelido de Valparaíso) porque a viagem Santiago-Portillo-Santiago leva aproximadamente seis horas de carro (três horas para cada lado), ou seja, aproveita-se pouco do visual da estação de esqui. Além do mais, a Laguna del Inca fica congelada no inverno, então, não seria possível ver aquele lindo lago de cor esmeralda, servindo de espelho para as montanhas que o cercam. Portanto, deixei para incluir Portillo nos meus próximos planos de férias de verão e segui o conselho do guia.

Por ser um interessantíssimo destino turístico, Viña del Mar faz parte dos tours mais vendidos pelas agências de viagem em Santiago, que geralmente a oferecem com sua vizinha Valparaíso (Patrimônio Cultural da Humanidade), já que as duas cidades são pequenas. Para quem dispõe de poucos dias na capital chilena, mas não quer sair do país sem, pelo menos, sentir o gostinho das duas, a dobradinha cai muito bem, mas, acredite, essa dobradinha é só um aperitivo.

Viña del Mar e Valparaíso, apesar de estarem tão próximas, têm características bem diferentes, cada uma com seus encantos. Como eu gosto de me servir bem de cada lugar que visito, cheguei da excursão um tanto insaciada. Com certeza, deixei de fazer belos passeios que consumiriam, pelo menos, um dia em cada cidade. Ao terminar de ler sobre o que fiz e deixei de fazer em Viña del Mar, você entenderá por que eu recomendo que as duas cidades sejam visitadas em dias separados, de preferência, pernoitando em uma delas para cortar a distância que as separam de Santiago. Mas só se você dispuser desse tempo. Caso contrário, a dupla no tour bate-volta é a melhor opção. Eu fui com a Vips Travel e o passeio custou 65 dólares por pessoa (Também oferecem tour privado, mas o valor aumenta, podendo, entretanto, valer a pena. Valor em 2010.). Éramos sete pessoas numa van muito confortável: eu, meu marido, mais três turistas (brasileiros), o motorista e o guia (chilenos). Aqui descrevo só o que vimos em Viña del Mar, que, aliás, foi o nosso primeiro destino desse tour duplo de um dia. Valparaíso está nesta postagem.

Antes de fazermos a primeira parada em Viña de Mar, já tinham passado pelas janelas de nossa van a Igreja Nossa Senhora dos Dolores (mais conhecida como Paróquia de Viña del Mar), a Plaza José Francisco Vergara e o Teatro Municipal. Deixar de visitar uma igreja (já tenho uma lista enorme na bagagem), para mim, não foi problema. Quanto ao Teatro Municipal, claro que teria sido interessante conhecê-lo por dentro, mas, como já conheço o do Rio de Janeiro, que é lindo demais, não me decepciono se não tiver a oportunidade de conhecer outro. Contudo, ter deixado para trás a Plaza José Francisco Vergara, com aquela carruagem (chamada de Victoria) em frente, disponível, como se estivesse me convidando para uma volta pela região, doeu um pouco no peito. Afinal, estava ali, diante de meus olhos, um verdadeiro cartão-postal de Viña del Mar.

A primeira parada só ocorreu ao lado do Palacio Carrasco (estava fechado, aparentemente, em obras por causa do terremoto de fevereiro) para tirarmos fotos de sua fachada e da bonita estátua La Defensa, de Rodin, que fica em frente. A poucos passos do palácio, fica o Museo Francisco Fonck—o principal museu sobre a Ilha de Páscoa—que abriga exposições sobre a cultura Rapa Nui. Tempo para visitá-lo, não havia. O motivo principal para desembarcarmos naquele local era o moai original da Ilha de Páscoa (retirado de lá em 1953), que fica ao lado do Museo Fonck. Isso mesmo, o moai na foto deste post é um dos raros que saíram da ilha. Então, essa parada no tour é obrigatória, mesmo que você não tenha tempo de conhecer a coleção do museu. Tivemos a sorte de chegarmos ali durante a apresentação de uma dança típica de Rapa Nui e foi inacreditável ver os dançarinos em trajes mínimos naquele dia frio de inverno.

A segunda parada foi em Concón, na Roca Oceánica, num ponto onde era possível ver, ao longe, a Praia de Reñaca com seus prédios em forma de degraus construídos nas encostas dos morros. A praia de Reñaca, apesar de deserta no inverno, é convidativa para uma caminhada por seu calçadão, principalmente no trecho dos tais prédios. Mas não tivemos tempo para esse tipo de programa. Se eu já não tivesse visto em fotos os prédios típicos dessa praia, eles nem teriam me chamado a atenção de tão distantes que estavam de nossos olhos. Acho que eu era a única pessoa da excursão que sabia do belo passeio que estávamos perdendo.

Voltando a falar sobre a Roca Oceánia, que é visita obrigatória, ali andamos por entre rochas e subimos em algumas delas para ter uma melhor visão do belo cenário que nos cercava, do qual faziam parte o mar do Pacífico e Reñaca. Depois, fomos apreciar outro tipo de paisagem: os lobos-marinhos esparramados em cima de algumas rochas. Como eu já tinha visto milhares de lobos-marinhos em Punta del Este (na Isla de Lobos), aquele encontro com “alguns” deles não foi espetacular, mas foi muito legal.

A terceira parada do dia já foi para o almoço. O guia nos levou para Los Pomairinos (Av. Borgoño 14890), um aconchegante restaurante em Reñaca, de frente à praia, cujo cardápio aprovaram todos. Foi lá que eu comi o melhor salmão da minha vida! Já o meu marido experimentou um peixe típico do Chile chamado congrio. Assim como o salmão, não tinha nenhuma espinha e estava uma delícia. E ainda pudemos pagar a conta com dólares, coisa rara no Chile. Nem nas lojinhas do aeroporto de Santiago eu consegui comprar alguma coisa com dólares. Só aceitam pesos chilenos. O único problema do restaurante foi que eles demoraram a trazer nossa comida. E isso contribuiu para que nossas próximas visitas fossem ainda mais corridas, principalmente em Valparaíso.

Depois do almoço, seguimos para o Casino de Viña del Mar, nossa quarta parada. Antes de entrarmos no cassino, tiramos fotos da paisagem em frente ao cinco estrelas Hotel del Mar, que é acoplado ao cassino. A construção nova do hotel é anexada à antiga do cassino. Uma junção interessante. Aliás, percebi que, no Chile, há uma tendência em querer preservar prédios históricos. Não é raro vermos por lá complexos arquitetônicos resultantes da combinação do antigo com o moderno. Em Valparaíso, por exemplo, há um magnífico prédio nesse estilo, que é a Companhia SudAmericana de Vapores (CSAV).

O Casino de Viña del Mar é muito bonito, mas se você já conhece alguns cassinos, sugiro não perder muito tempo ali. Prefira andar pela pitoresca praça que o cerca. Foi o que eu fiz, apesar de o tempo ter sido curto. O guia logo nos chamou para entrarmos na van, pois ainda iríamos para Valpo. Mas não antes de vermos o Relógio de Flores (quinta e última parada), outro símbolo de Viña del Mar. A atração, que data de 1962, deu as boas-vindas ao mundial de futebol que ocorreu no Chile. Quase em frente ao Relógio, fica o hotel cinco estrelas Sheraton Miramar.

Então, deixamos Viña del Mar e fomos bater na casa de sua vizinha, Valparaíso, a somente 9 km. Ah, mas quantas coisas eu estava deixando para trás! Entre tantas, o passeio na carruagem, o calçadão da praia de Reñaca, o Castillo Wulff e o seu Museu do Mar, o Parque Quinta Vergara, os cafés da Av. San Martín, as galerias da Av. Valparaíso, a caminhada pelas avenidas Peru e Libertador Bernardo O’Higgins, o pôr-do-sol no Muelle Vergara... Sem dúvida, essa linda cidade à beira-mar deve ser curtida em, pelo menos, dois dias. Um dia dá até para saboreá-la, mas meio-dia só serve para fazer você ficar com mais água na boca.

Notas:

— Viña del Mar originou-se a partir da junção de duas fazendas onde se plantava uva.

— No caminho para Viña del Mar, você verá na estrada hectares de parreiras, inclusive uma pequena parte da plantação dos vinhedos da Concha Y Toro.

— Por ser uma cidade de praias, Viña del Mar é mais bem aproveitada no verão, na alta temporada (dezembro a fevereiro), quando recebe vários eventos como o Festival Internacional da Canção (Festival Internacional de la Canción) de Viña del Mar. A cidade fica cheia, mas muito animada. No inverno, ela fica vazia, mas, se o dia não estiver chuvoso e frio, vale a pena sair de Santiago para fazer essa side trip.

— Quem prefere se hospedar num hotel clássico, o mais famoso é o Hotel O’Higgins (Plaza Vergara), de 1933.

Sites de interesse:


http://www.visitevinadelmar.cl/

Data desta viagem: 27/07/10